Aula de Noções de Upstream e Downstream na Indústria do Petróleo e Gás


Noções de Upstream e Downstream na Indústria do Petróleo e Gás
Noções de Upstream
As fases de exploração e de produção (“Upstream”)
A fase da exploração e produção é estudada no segmento Upstream. Tal momento é de extrema importância para o desenvolvimento mundial, já que envolve uma série de técnicas e estudos de diversas áreas e ciências tais como a Geologia, a Química, a Matemática, entre outras.
Para alguns autores, além do Upstream e do Downstream, há a fase do Midstream:
“Áreas de Atuação Industrial
A indústria do petróleo está dividida em segmentos com características
próprias, estruturas particulares e funções específicas, comentadas a seguir:
􀂃 Upstream: compreende as atividades de exploração, perfuração, produção e
o transporte do óleo extraído para as refinarias, onde o mesmo será
processado.
􀂃 Midstream: engloba o conjunto de operações através das quais as matériasprimas
(diversos tipos de petróleo processado) são transformadas em
produtos para comercialização (gasolina, diesel, GLP, querosene, entre
outros). Consiste, basicamente, na atividade de refino.
􀂃 Downstream: ocupa-se das tarefas logísticas necessárias para transportar os
produtos desde a refinaria até os pontos de consumo. Compreende as
atividades de transporte, distribuição e comercialização.”(http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0711219_08_cap_04.pdf)
Por isso, nesta fase é crucial ao profissional saber aplicar os fundamentos da geologia de petróleo e derivados, aprofundando o estudo da prospecção de petróleo, perfuração de poços, avaliação das formações, completação de poços, reservatórios de petróleo, elevação de petróleo e também sobre processamento primário de petróleo.
Além disso, aprender sobre a geologia estrutural tectônica das bacias sedimentares, na sua origem e evolução, é de extremo valor para o profissional, já que terá como vislumbrar os eventos tectônicos e estratigráficos das bacias sedimentares.
Com o estudo das bacias sedimentares, terá uma noção espacial da Geologia do petróleo e da geologia dos hidrocarbonetos e de seus reservatórios.
Dessa forma, será mais fácil buscar os tipos de armadilhas de petróleo e gás, por meio de uma análise da sedimentologia e da petrologia sedimentar de uma determinada área.
Por outro lado, o profissional utilizará por meio do estudo dos conceitos de força, massa, peso, da energia potencial, da energia cinética, potência, ou seja, se aprofundará nos fundamentos de Geofísica, com ênfase em outras técnicas que também serão de extremo valor e importância para a descobertas de reservatórios de hidrocarbonetos. Resumindo, na Geofísica por meio de uma análise da reflexão, da refração sísmica, da Lei de Snell, do Efeito Doppler, do Princípio de Huygens, entre outros temas, pode se estudar as profundezas da Terra, tudo aquilo que não se vê numa observação direta da superfície.
Em síntese:
Geologia – estudo da Terra por meio de observação direta da parte rochosa , da superfície e de amostras coletadas
Geofísica – estudo da Terra por meio de uma observação das medidas físicas analisadas da superfície e também, das áreas não acessíveis em grandes profundidades, tal como o estudo da geofísica de poços.
Após essa breve análise, passa-se a estudar o que é petróleo e gás, a sua prospecção, perfuração e produção.

O que é petróleo?
“Esse óleo de origem fóssil, que levou milhões de anos para ser formado nas rochas sedimentares, se tornou a principal fonte de energia do mundo moderno. Aqui no Brasil, a maior parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do que as dos demais países produtores. Encontrar petróleo exigiu da Petrobras conhecimento e tecnologia, além de ousadia e criatividade.
Analisar as técnicas existentes, adaptar, aperfeiçoar e inovar para trabalhar em um cenário inédito nos tornou referência mundial no setor. Vencer as águas profundas nos levou a mais um desafio: explorar e produzir petróleo na camada do pré-sal.”
(http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/)
O que é Gás Natural ?
O mais limpo dos combustíveis fósseis, o gás natural possui características que favorecem uma maior durabilidade aos equipamentos que o utilizam e reduzem os impactos ambientais. Outro diferencial do gás natural é a baixíssima emissão de dióxido de enxofre e de resíduos do processo de combustão presentes na fumaça.
Acompanhando a tendência mundial de aproveitamento de combustíveis mais limpos, investimos na expansão da rede de distribuição e em novas tecnologias que estimulem a oferta e o consumo de gás natural.
Versátil, o gás natural pode ser utilizado em aplicações domésticas, industriais e automotivas, substituindo a gasolina, o etanol, o óleo diesel e como fonte de geração de energia elétrica.
http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/gas-natural/

http://diariodopresal.files.wordpress.com/2009/01/extracao-de-petroleo.jpg
Veja a definição legal sobre o tema na lei nº.9478 de 1997 no art.6º:
“Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam estabelecidas as seguintes definições:
I - Petróleo: todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado;
II - Gás Natural ou Gás: todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros;
III - Derivados de Petróleo: produtos decorrentes da transformação do petróleo;”
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9478.htm)
Prospecção de Petróleo e Gás
“A prospecção é uma técnica especial que permite a localização do petróleo nas profundezas da Terra, onde não podemos ver através de observações diretas, medindo as propriedades físicas do subsolo com instrumentos sofisticados e apropriados, geralmente colocados na superfície, e, além disso, procede uma interpretação sobre a composição daquelas zonas não acessíveis de grandes profundidades.Utiliza-se tal técnica, tendo em vista que o petróleo, normalmente, não se encontra no local de formação sendo expulso dessa rocha que foi gerado, para rochas porosas e permeáveis, permanecendo nessas rochas reservatórias sob alta pressão, até que por um processo de perfuração do poço, seja liberado.A fase da exploração da energia petrolífera é a mais dispendiosa, pois a perfuração de um poço é realizada após um estudo prévio das condições geológicas da região, da superfície, por métodos geológicos e sísmicos.
O método geológico se insere no conhecimento da formação e da acumulação do petróleo na região que se quer explorar, para saber se naquela localização é possível se encontrar petróleo em alguma bacia sedimentar. Caso nesta bacia sedimentar haja dobras ou falhas ou uma trapa ( armadilha ) por meio de uma deformação na crosta , a perfuração poderá ser bem sucedida.” (Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.19 e 20).
Sendo assim a formação do petróleo e do gás natural se originou com a concentração de material orgânico, em sedimentos e rochas sedimentares, que por meio de um processo químico resultou nos hidrocarbonetos, que encontram-se em armadilhas ou trapas, também denominas por parte da doutrina como ROCHAS-MÃE, ou que migraram para rochas reservatórias.
Em resumo, tais combustíveis fósseis são o resultado de acumulação de plantas, animais, sedimentos, entre outros produtos, constituindo-se depósitos ou jazidas de recursos naturais não renováveis.
Prospecção Offshore
É feita em águas profundas, contudo antes de tal prospecção são feitos diversos estudos geológicos e geofísicos, com a finalidade de reconhecer uma potencial reserva do hidrocarboneto. Após tal fase é que se passa a perfuração do poço, para enfim analisar a descoberta de hidrocarbonetos ( petróleo e gás ).
A produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas, ou seja, em lâminas d’águas superiores a 600metros ou superiores a 2000 metros, se dá atualmente em razão do amplo desenvolvimento tecnológico no setor, inclusive contando com a atuação primordial da Petrobrás, que permitiu que inovadoras descobertas de bilhares de barris de petróleo e gás dia.
Assim, note-se que no setor, o Brasil se destacou anteriormente pela descoberta na Bacia de Campos, mas diversas descobertas posteriores em águas profundas contribuíram para o aumento das reservas mundiais, tal como as referentes ao Golfo do México, na costa oeste da África em Angola, e por fim, na Nigéria.
Prospecção Onshore
Ocorre em terra, sendo feita por meio de exploração de poços de produção, por meio de bombeamento até a superfície ou extração em técnica de perfuração, no qual se retira o petróleo ou gás das rochas reservatórios, onde tais recursos naturais estão concentrados.
Os métodos de prospecção de petróleo e gás, são feitos por meio da geológico, sísmica ou refração, tal como se denota abaixo:
“O método geológico se insere no conhecimento da formação e da acumulação do petróleo na região que se quer explorar, para saber se naquela localização é possível se encontrar petróleo em alguma bacia sedimentar. Caso nesta bacia sedimentar haja dobras ou falhas ou uma trapa ( armadilha ) por meio de uma deformação na crosta , a perfuração poderá ser bem sucedida. (...)(Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.19).
“O método sísmico de prospecção geofísica consiste explosões de cargas de materiais como dinamite ou ar comprimido, que se propagam no interior das formações rochosas, formando-se ondas refletidas detectadas por receptores dispostos em locais determinados, prontos a marcar qual a intensidade e até onde se propagou o sinal enviado por aquele abalo sísmico. Com isso, faz-se um mapeamento do subsolo por intermédio da propagação dos sinais sonoros enviados e refletidos, de acordo com a presença de determinadas camadas rochosas ou pela espessura delas, permitindo melhorar as chances de encontrar petróleo, por um perfil do solo do mar ou do subsolo terrestre.(...) (Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.20).
“Com efeito, a partir das diferentes variações das propriedades das formações rochosas, o método sísmico, também denominado de método de reflexão, refração ou de associação de ondas, demonstra que, a velocidade das ondas sísmicas no interior da superfície não são feitas de forma gradativa, podendo ser descontínuos, que são detectados pelos métodos de refração e reflexão das ondas do corpo, tanto em terra como no mar. O método de refração possui como desvantagem apresentar poucas informações e detalhes sobre as regiões abaixo da superfície, que se situam entre o ponto de detonação e o de captação, enquanto com o método de reflexão, observa-se as ondas sísmicas, após a penetração na crosta, por serem refletidas em contato com duas camadas de diferentes propriedades elásticas, que ao retornarem são detectadas por sensores, demonstrando-se os detalhes da estrutura da crosta e a propriedade física das camadas que a compõem, por isso, são mais utilizados na prospecção de hidrocarbonetos no âmbito da indústria do petróleo e gás.” (Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.20).
Dessa forma, com a prospecção de petróleo e gás natural pode se determinar se uma determinada área tem ou não viabilidade econômica para a extração de tais recursos naturais.
Por meio da simulação sísmica é permitida a visualização tridimensional computadorizada de um reservatório, ou seja, há uma simulação da exploração de um poço petrolífero.
Após a prospecção ocorre a perfuração de um poço de petróleo e gás, que pode ser feita no mar sob o sistema onshore ou na terra por meio do sistema offshore.
Veja as definições legais para o tema:
“Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam estabelecidas as seguintes definições:
(...) XII - Prospecto: feição geológica mapeada como resultado de estudos geofísicos e de interpretação geológica, que justificam a perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo ou gás natural; (...)
(...) XV - Pesquisa ou Exploração: conjunto de operações ou atividades destinadas a avaliar áreas, objetivando a descoberta e a identificação de jazidas de petróleo ou gás natural;
XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de extração de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo para sua movimentação; (...)
Em caso de viabilidade econômica a empresa exploradora determinará a perfuração de um poço a uma determinada profundidade. Há uma obrigatoriedade de qualificar e numerar tais áreas de acordo com o fim, tal como se denota na Portaria nº75, de 3 de maio de 2000:
“Art. 1º. As definições contidas no art. 6° da Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997, ficam incorporadas a este regulamento.
Art. 2º. A Codificação de Poços é o processo de dotar o poço de um nome e de um cadastro.
§ 1º. O nome é o conjunto de símbolos alfanuméricos que identifica o poço em relatórios, mapas e demais documentos.
§ 2º. O cadastro é o conjunto de algarismos agrupados de tal forma que permita a identificação unívoca de um poço.
Art. 3º. O nome é constituído de cinco partes referentes a: categoria, referência nominal, numeração, tipo e referência geográfica.
I - Primeira parte, Categoria, que define o poço segundo sua finalidade:
a) Poço Exploratório Pioneiro, identificado com o código 1, é aquele que visa testar a ocorrência de petróleo e/ou gás natural em um ou mais objetivos de um prospecto geológico;
b) Poço Exploratório Estratigráfico, identificado com o código 2, é aquele perfurado com a finalidade de conhecer-se a coluna estratigráfica de uma bacia e obter outras informações geológicas de subsuperfície;
c) Poço Exploratório de Extensão, identificado com o código 3, é aquele que visa delimitar a acumulação de petróleo e/ou gás natural em um reservatório;
d) Poço Exploratório Pioneiro Adjacente, identificado com o código 4, é aquele que visa testar a ocorrência de petróleo e/ou gás natural em uma área adjacente a uma descoberta;
e) Poço Exploratório para Jazida Mais Rasa, identificado com o código 5, é aquele que visa testar a ocorrência de jazidas mais rasas do que as já descobertas numa determinada área;
f) Poço Exploratório para Jazida Mais Profunda, identificado com o código 6, é aquele que visa testar a ocorrência de jazidas mais profundas do que as já descobertas numa determinada área;
g) Poço Explotatório de Produção, identificado com o código 7, é aquele que visa drenar uma ou mais jazidas de um campo;
h) Poço Explotatório de Injeção, identificado com o código 8, é aquele destinado à injeção de fluidos visando melhorar a recuperação de petróleo, de gás natural ou a manter a energia do reservatório; e
i) Poço Especial, identificado com o código 9, é aquele que visa permitir uma operação específica que não se enquadra nas situações anteriormente definidas;
II - Segunda parte, Referência Nominal, que estabelece o conjunto de 2 a 4 letras maiúsculas que compõem o nome do poço:
a) A referência nominal, para poços exploratórios, é derivada do nome do operador;
b) A referência nominal, para os poços explotatórios, é derivada do nome do campo de petróleo e/ou gás natural onde se situa o poço; e
c) A referência nominal, para poços especiais, é derivada do nome do operador, quando for perfurado em área exploratória, ou é derivada do nome do campo de produção de petróleo e/ou gás natural, quando for perfurado em área explotatória.(...)
Art. 7º. Cabe à ANP fornecer o nome, a numeração cronológica e o cadastro do poço, após receber do operador ou da empresa de aquisição de dados a Comunicação de Início de Perfuração do Poço, a qual deve ser enviada à Agência até 06 (seis) horas após o início da perfuração do poço.
Art. 8º. Não pode haver duplicidade de nome ou de cadastro de poços.
Art. 9º. O nome e o cadastro do poço, uma vez estabelecidos, devem constar de todos os documentos referentes a poço que forem encaminhados à ANP. (...)”
Na perfuração são utilizadas sondas terrestres e marítimas.
As sondas terrestres utilizam brocas para perfurar a terra, enquanto nas marítimas são utilizadas de acordo com a profundidade para serem aplicadas e nas plataformas que serão dispostas.
O que é sonda de perfuração?
Veja em :http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonda_de_perfura%C3%A7%C3%A3o
Sonda de perfuração ou Plataforma de perfuração são equipamentos utilizados para perfurar poços que permitam o acesso a reservatórios de petróleo ou gás natural. Dependendo da localização do reservatório, as sondas podem ser terrestres ou marítimas. Estas últimas são instaladas sobre uma base flutuante e podem ou não ter propulsão própria.
A sonda é composta pelos seguintes equipamentos:
1. Tanque de lama
2. Agitadores de argila
3. Linha de sucção de lama
4. Bomba do sistema de lama
5. Motor
6. Mangueira vibratória
7. Draw-works
8. Standpipe
9. Mangueira da Kelly
10. Goose-neck (Pescoço de ganso)
11. Traveling block
12. Linha de perfuração
13. Crown block
14. Derrick
15. Monkey board
16. Stand do duto de perfuração
17. Pipe rack
18. Swivel
19. Kelly drive
20. Mesa rotatória
21. Superfície de perfuração
22. Bell nipple
23. Ânulo do Blowout preventer (BOP – sistema de prevenção de fluxo descontrolado)
24. Dutos do Blowout preventer
25. Linha de perfuração
26. Broca de perfuração
27. Cabeça do Casing
28. Duto de retorno da lama
Quando a perfuração é feita offshore, é feita por meio de plataformas que são classificadas como fixas, móveis, submersíveis, auto-elevatórias, flutuantes, tension leg e sobre navios, sendo as fixas de aço ou concreto mais estáveis para a instalação em regiões que possuam lâmina d’água em volta de 200 metros ou águas rasas, no qual a montagem da plataforma é feito no local.
As plataformas móveis, também são denominadas submersíveis, auto-elevatórias, flutuantes, tension leg, navio-sonda ou atirantadas, pois se deslocam por meio de um rebocador e sua estabilidade relacionada ao nível da água, podendo perfurar em águas de até 500 metros de profundidade. Há plataformas auto-elevatórias, que se compõem com uma estrutura com pernas de tamanho variável ou extensíveis, fixadas de modo mecânico ou hidráulico no fundo do mar. Outras são consideradas plataforma de pernas atirantadas, com a sua ancoragem no fundo do mar, por tendões fixos e estruturas tubulares, feitas de forma a flutuantes em sua estrutura, de modo que são submersíveis e FPSO ( Floating, Production, Stores and Offloanding), de forma armazenar hidrocarbonetos e transferência energia, logo são navios de sonda. Os navios de sonda perfuram em águas profundas, com mais de mil metros de profundidade e não são estáveis, já que não tem sistema de ancoragem, podendo efetuar suas atividades sem embarcação para apoio em qualquer profundidade. A ancoragem busca o retorno do posicionamento da plataforma na área estabelecida para a operação desenvolvida pela empresa petrolífera. Enfim, a plaforma tension leg é estável com a ancoragem no fundo do mar, tal como as plataformas fixas.( https://www2.petrobras.com.br/espacoconhecer/sobrepetroleo)
As atividades regulares executadas no poço são denominadas de operações de rotina e as operações são denominadas de perfilhagem, que é a caracterização e avaliação econômica do poço, revestimento e cimentação de poço, evitando os riscos de desmoronamento, para não permitir a perda do fluido de perfuração. Além disso, há outras tais como a testemunhagem do poço, complementação de poço, a instalação do canhoneio ( carga explosiva que faz a ligação do reservatório e o poço ) e a instalação da cabeça de poço.
Por fim, a Lei do Petróleo estabelece que todos os direitos de exploração e produção do hidrocarboneto no território nacional, tanto em área marítima ou terrestre, pertencem à União, cabendo a sua administração à ANP, consoante ao artigo 21, da Lei n° 9.478/91.
Vamos analisar o que é campo de petróleo e gás,
Campo de Petróleo e Gás é quando há um poço de desenvolvimento com o maquinário e instalações aptas à produção do petróleo.
Podem ser considerados de dois tipos:
“Campos Maduros. Campos cujo valor está muito próximo ou inferior aos custos do operador. Campos Marginais. Campos cujo volume de produção não cobrem os custos de produção para um determinado operador.” (http://www.onip.org.br/main.php?idmain=informacoes&mainpage=Mini_Glossario)
Segundo a lei petrolífera, Campo de Petróleo e Gás Natural é:
“Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação,ficam estabelecidas as seguintes definições: (...) XIV - Campo de Petróleo ou de Gás Natural: área produtora de petróleo ou gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo instalações e equipamentos destinados à produção; (...)”

O que é Reservatório?
“(...) reservatório ou depósito o local onde se encontra a quantidade do recurso natural não renovável, que ao ser identificado para a possível produção por intermédio da exploração, passa a ser denominado de jazida.(...)” (Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.26).
Há diversos critérios para avaliar, gerenciar a viabilidade e o potencial econômico do reservatório, são estabelecidos por meio de um padrão mundial pela SPE ( Society of Petroleum Engineers ), que faz a estimativa de reservas e análise econômica de Reservas pelas Unidades de Negócio no Brasil e no Exterior.
Com a constatação de que há hidrocarbonetos no reservatório, a empresa que tem a concessão ou partilha do bloco irá elevar tal fluido, que pode se dar de forma natural ou superficial, por bombeio mecânico, centrífugo ou elétrico submerso.
Para o bom andamento da produção de hidrocarbonetos se faz necessário cuidar da segurança do poço, até para que não ocorram danos ao meio ambiente.
Pode acontecer um vazamento ou a perda da substância petrolífera, denominada Blowout.
“Blow Out ou estouro é a condição de um poço que está descontrolado fazendo com que os fluídos da formação estourem na superfície.As causas mais comuns para esse acidente são falhas no BOP (blow out preventer) que é o equipamento utilizado para fechar o poço em caso de ocorrência de um blow out.”(http://www.universodopetroleo.com.br/2010/08/entenda-o-que-e-blow-out.html)
O Blowout ocorre por efeito também do Kick, tal como se denota abaixo:
“(...) uma espécie de influxo de fluídos de petróleo para o interior do poço ou melhor na formação, que surge quando há a diminuição da pressão na área interna do poço do que de uma formação permeável. Logo, quando há um desastre no descontrole do fluxo do hidrocarboneto no interior do poço devido a pressão, acarretando um acidente devido a uma explosão, ocorre o blowout citado acima. (...)”(Elaine Ribeiro. Direito do Petróleo, Gás e Energia.Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.27).
Sendo assim, na perfuração de um poço, tanto para evitar o indesejável fluxo de fluidos da formação para o poço, tal como um kick ou um blowout, ou para evitar a indesejável perda do fluido de perfuração para a formação, a pressão hidrostática da lama deve ser mantida dentro dos rigorosos limites superiores e inferiores, correspondentes, respectivamente, às pressões de poros e de fratura.
Noções de Downstream (Refino, Distribuição, Transporte, Armazenamento e Comercialização )
Downstream: ocupa-se das tarefas logísticas necessárias para transportar os
produtos desde a refinaria até os pontos de consumo. Compreende as atividades de transporte, distribuição e comercialização.”(http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0711219_08_cap_04.pdf)
O downstream analisa as fases de refino, processamento, distribuição, transporte, armazenamento e comercialização.

Algumas definições são tratadas na Lei do Petróleo:
Art. 6° Para os fins desta Lei e de sua regulamentação, ficam estabelecidas as seguintes definições:
(...) V - Refino ou Refinação: conjunto de processos destinados a transformar o petróleo em derivados de petróleo;
VI - Tratamento ou Processamento de Gás Natural: conjunto de operações destinadas a permitir o seu transporte, distribuição e utilização;
VII - Transporte: movimentação de petróleo e seus derivados ou gás natural em meio ou percurso considerado de interesse geral;
VIII - Transferência: movimentação de petróleo, derivados ou gás natural em meio ou percurso considerado de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades;(...)
XVI - Lavra ou Produção: conjunto de operações coordenadas de extração de petróleo ou gás natural de uma jazida e de preparo para sua movimentação; (...)
(...) XIX - Indústria do Petróleo: conjunto de atividades econômicas relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação e exportação de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e seus derivados;
XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com a rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercida por empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos aplicáveis;
XXI - Revenda: atividade de venda a varejo de combustíveis, lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos aplicáveis; (...)
Assim:
Refinar é o processo de separação do hidrocarboneto em frações menores, para realizar o processamento e a transformação em novos produtos.
Distribuir – é enviar ou entregar os produtos originais e derivados em várias localidades, por intermédio de períodos, com um determinado custo agregado.
Transportar – é levar de um local para outro, deslocar, por intermédio aéreo, terrestre ou marítimo ( inclusive por dutos ), produtos tais como petróleo e gás, para suprimento interno ou para importação e exportação.
Armazenamento de Petróleo – é o depósito ou a guarda de hidrocarbonetos e ou seus derivados ( líquidos ou gasosos ), com o cunho de fazer estoque, manter para o repasse, para revender ou utilizar em determinados períodos, em equipamentos de armazenamento.
Comercialização de derivados do petróleo – é a relação comercial entre os agentes que produzem, exploram, distribuem, transportam, refinam os produtos e derivados de petróleo nos contratos de compra e venda no setor de petróleo e entre esses e os consumidores dos hidrocarbonetos e derivados.

O que acontece na Refinaria ao petróleo?
1- É armazenado em tanques na refinaria;
2- É separada uma amostra do petróleo para ser analisada com o fim de observar sua viscosidade, teor de enxofre e o gás sulfúrico;
3- É feita a dessalgação, retirando-se água e sais;
4- O Petróleo é enviado para o forno e em uma torre de destilação atmosférica há a separação do produto e dos derivados;
5- A torre possui pratos e na parte de baixo é mais quente, o que permite que os gases se elevem e sejam coletados em tubulações para serem encaminhados aos condensadores;
6- No condensador alguns produtos são coletados e separados, tais como gasolina e gás natural;
7- Passa-se ao refino, neste as frações mais pesadas de petróleo descem e criam uma espécie de resíduo, o produto resultante passa para outro forno e mais uma vez é aquecido e vai para uma torre de destilação e num processo de vácuo, haverá a separação de outra parte de derivados de petróleo e gás natural;
8- Os produtos derivados que resultam em gasóleos e outros resíduos e passam para a produção de asfalto ou outro óleo combustível;
9- O gasóleo é enviado para o setor de craqueamento, onde se passa para a produção do GLP, que é o gás liquefeito de petróleo. No craqueamento é colocado um catalisador é feita a ruptura ou craque das cadeias moleculares e há a produção de outros derivados de petróleo e gás;
10- Alguns derivados de petróleo vão para a fase do coqueamento, podendo ser transformado em GLP, gasolina, diesel e até coque de petróleo;

Em razão disso, o processamento de gás natural é realizado por meio de uma UPGN, que é uma unidade de processamento de gás natural, que separa as frações mais pesadas de gás natural de outro gás natural, que é o metano e o etano, de outra parte de gás natural que é o LGN, que contém o GLP ( gás de cozinha ) e o gás natural ( GNV).
O processamento de refino de petróleo, como óleo cru, em resumo são em acordo com a doutrina:
1- de separação pela destinação atmosférica e a vácuo;
2- conversão, pelo craqueamento térmico e catalítico, visco-redução, coqueamento retardado e hidrocraqueamento.
3- Tratamento, que é o hidrotratamento, tratamento cáustico e de DEA ( quanto ao H2S do GLP, na adequação do padrão base de enxofre e corrosividade) e metrox.
Enfim, de acordo com a Lei nº 9.478, de 1997, no artigo 6º, enuncia que:
(...)XX - Distribuição: atividade de comercialização por atacado com a rede varejista ou com grandes consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito envasado, exercida por empresas especializadas, na forma das leis e regulamentos aplicáveis;
XXI - Revenda: atividade de venda a varejo de combustíveis, lubrificantes e gás liquefeito envasado, exercida por postos de serviços ou revendedores, na forma das leis e regulamentos aplicáveis;
XXII - Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de comercialização de gás canalizado, junto aos usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou mediante concessão, nos termos do § 2º do art. 25 da Constituição Federal;
XXIII - Estocagem de Gás Natural: armazenamento de gás natural em reservatórios próprios, formações naturais ou artificiais.
XXIV - Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil;
XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.”
Hidrotratamento – é um processo de refino no qual frações de petróleo serão submetidas ao hidrogênio, com a finalidade de eliminar compostos não desejáveis e estabilizar um parte deste petróleo.
Por fim, a legislação de petróleo nos artigos 53 à 60, da Lei de Petróleo cita que todas as atividades mencionadas nesta aula estão sujeitas à autorização da ANP.